Na tarde silenciosa, enquanto tudo se descolava pra
enegrecer dentro de mim, nasceu um grito em minha alma. Eu, assustada com a novidade, não
o deixei crescer para fora de mim, e a cada tentativa dele de explodir pela minha
boca, engolia-o novamente sem deixa-lo reverberar. Por horas inteiras ele
acariciava com seus galhos minha garganta, fazendo cócegas, e eu o sufocava
mesmo que para isso caíssem lagrimas igualmente silenciosa. Sem poder sair de
mim, ele foi enraizando no estomago e folhando pelas narinas, se tampava as
narinas, saía pelos ouvidos, se tampava os ouvidos os olhos eram seu escape. Cresceu
tanto pra dentro esse grito, nascido pequenino, que hoje ao me olhar no
espelho reparei que já sou eu o próprio grito!
e gritO, grito, grito, grito!!!
ResponderExcluiradOreiii Lidia