segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O Grito

Na tarde silenciosa, enquanto tudo se descolava pra enegrecer dentro de mim, nasceu um grito em minha alma. Eu, assustada com a novidade, não o deixei crescer para fora de mim, e a cada tentativa dele de explodir pela minha boca, engolia-o novamente sem deixa-lo reverberar. Por horas inteiras ele acariciava com seus galhos minha garganta, fazendo cócegas, e eu o sufocava mesmo que para isso caíssem lagrimas igualmente silenciosa. Sem poder sair de mim, ele foi enraizando no estomago e folhando pelas narinas, se tampava as narinas, saía pelos ouvidos, se tampava os ouvidos os olhos eram seu escape. Cresceu tanto pra dentro esse grito, nascido pequenino, que hoje ao me olhar no espelho reparei que já sou eu o próprio grito!   

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