A urgência do amor tinha
resultado naquele cenário. Roupas avessas jogadas displicentemente em todas as
partes da casa. Uma camiseta repousava em cima dos livros, espiando as letras
densas de um exemplar antigo de: Irmãos Karamázov. No chão, na entrada do
quarto, duas calças jeans pareciam namorar. Entre um drinque distraído, resolveram
os sutiãs, repousar na geladeira. Não sentiram a chuva cair, não sentiram o dia
amanhecer, entardecer para depois anoitecer, mesmo despertas, mesmo atentas. Os
sinais e estímulos da atenção eram outros que não o mundo para além das
paredes. O cosmo mágico era composto por uma energia indizível. Um composto energético
que fluía de um corpo em direção ao outro. E o mundo poderia ter acabado
naquele momento que decerto nem se dariam por falta dele.
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