Em Parauapebas as famílias deviam
muito as prostitutas por existir. Eram formados pelas mulheres e seus filhos,
filhos das obras. As obras nunca paravam, nunca parava também aquela
necessidade teimosa das mulheres de sobreviver: se alimentar, morar, comer e
dormir.
Vinham de vários lugares, as
mulheres emprenhadas e os homens que emprenhavam, pra na beira da floresta
tentar florescer uma nova vida. A maioria dos homens, após um tempo, ia embora.
As mulheres ali ficaram com seus filhos sem pai e sem pátria, construindo a
pulso e suor uma cidade que até hoje as nega.
Os meninos e meninas mal paridos
nasciam como por acaso, viviam por teimosia sonhando em ir embora. Nos trens do
dito desenvolvimento enfiavam suas esperanças, escondidas como sempre foram seus
sonhos, e partiam sonhando chegar num destino onde começariam a viver o "felizes
para sempre", assim como nos contos de fadas que as mães contavam entre soluços tentando
fazê-los dormir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário