domingo, 25 de agosto de 2013

Os poemas que saltam das entranhas ou a sensação da tarde

Os poemas saltam das entranhas quando a noite cai! Escorrem por todos os meus poros os poemas quando o tempo quer brincar de eterno. Não daqueles eternos que atemorizam com o pra sempre, mas daquele tipo de eterno que mesmo passado ainda é!
Quando se esvai o momento sublime do reduto, fica no compartimento esse ar distinto de todos os outros, esse que circula os pulmões e no movimento de expirar deixa sabor. Talvez por displicência, talvez por pura presunção ou quem sabe mesmo, só porque,  tendo passado não se foi por completo. O ar que ficou aqui até textura tem, tem solidez ao ponto de me acariciar a face e novamente me aflorar os seios como outrora fizeram as mãos.

Esse ar que ventila no ouvido um determinado tom de voz,  e reverbera no espaço empurrado pelos passos de uma dança. Esse ar que se tivesse tempo seria com certeza criança pois faz cócegas no estomago, esse ar entorpece a alma e faz com que mesmo com a urgência das obrigações, mesmo com as louças por lavar, artigos por fazer, livros para ler e todo o resto da vida urgindo cuidados, os poemas saltem de mim, porque nada é mais urgente que o amor!

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