Os poemas saltam das entranhas quando a noite cai! Escorrem
por todos os meus poros os poemas quando o tempo quer brincar de eterno. Não daqueles
eternos que atemorizam com o pra sempre, mas daquele tipo de eterno que mesmo
passado ainda é!
Quando se esvai o momento sublime do reduto, fica no compartimento
esse ar distinto de todos os outros, esse que circula os pulmões e no movimento
de expirar deixa sabor. Talvez por displicência, talvez por pura presunção ou
quem sabe mesmo, só porque, tendo
passado não se foi por completo. O ar que ficou aqui até textura tem, tem solidez
ao ponto de me acariciar a face e novamente me aflorar os seios como outrora fizeram
as mãos.
Esse ar que ventila no ouvido um determinado tom de voz, e reverbera no espaço empurrado pelos passos
de uma dança. Esse ar que se tivesse tempo seria com certeza criança pois faz cócegas
no estomago, esse ar entorpece a alma e faz com que mesmo com a urgência das
obrigações, mesmo com as louças por lavar, artigos por fazer, livros para ler e
todo o resto da vida urgindo cuidados, os poemas saltem de mim, porque nada é
mais urgente que o amor!
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