Não se trata de recriar imagens, de relembrar eras ou de
retratar o que se foi, muito menos alguém poderia dizer que era a inércia que
sublimada no espaço deixava o mundo escorrer estranho pelas entranhas. Nas
entradas que conduziam aquele paralelo existia torpor e um pouco de medo. Mesmo
assim eram as miragens que faziam sempre seguir. As miragens eram a criação de
um novo mundo, tão real que produziam desejo, tão material que tinha saliva e
suor! Ela sentou encolhida enquanto escolhia a próxima cena. Concentrava-se no
contexto pra produzir o novo enredo, e da criação do depois fez seu melhor
passatempo, destruindo os casarões antigos que residiam em suas memórias e de
material do impossível fabricava novos castelos. Porque a invenção do passado
não é tão forte quanto a potencia do porvir, e a experiência no final nos serve
mesmo para chacota com os nossos erros, para que enfim, condutora do transporte
que corre pela estrada que se inventa a cada passo, possa se despir do que se
foi e finalmente entrar em contato com o que se é! A vida é movimento de
criação! Possibilidade de invenção. Cócegas na imaginação!
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