segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Miragem

Não se trata de recriar imagens, de relembrar eras ou de retratar o que se foi, muito menos alguém poderia dizer que era a inércia que sublimada no espaço deixava o mundo escorrer estranho pelas entranhas. Nas entradas que conduziam aquele paralelo existia torpor e um pouco de medo. Mesmo assim eram as miragens que faziam sempre seguir. As miragens eram a criação de um novo mundo, tão real que produziam desejo, tão material que tinha saliva e suor! Ela sentou encolhida enquanto escolhia a próxima cena. Concentrava-se no contexto pra produzir o novo enredo, e da criação do depois fez seu melhor passatempo, destruindo os casarões antigos que residiam em suas memórias e de material do impossível fabricava novos castelos. Porque a invenção do passado não é tão forte quanto a potencia do porvir, e a experiência no final nos serve mesmo para chacota com os nossos erros, para que enfim, condutora do transporte que corre pela estrada que se inventa a cada passo, possa se despir do que se foi e finalmente entrar em contato com o que se é! A vida é movimento de criação! Possibilidade de invenção. Cócegas na imaginação!

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