Levava nenhuma bagagem. Tudo que tinha e levava mundo a dentro
era invisível: Histórias tecidas no tempo contadas entre sorrisos e lagrimas. Aprendizados
de pessoas, lugares. Memórias de revoluções e revoltas, de luta cotidiana para
existir no lugar do não lugar, no tempo onde o tempo não se impõe ou
simplesmente é negado como necessário para organizar a vida (pelo menos o tempo
dos relógios era negado, os tempos aceitáveis eram os de sarar as dores e de
amadurecer o pensamento e esse tempo não podia ser contado por nenhum inventivo
feito humano).
Um dia cuidava do outro
e ele cuidava do mundo, claro que bem ao seu modo: Desacelerando,
compondo, criando festas que superassem os vendavais do modelo vigente. Era de
toda parte e de parte alguma. Tinha família extensa, dessa cujo os laços não são de sangue e sim do
afeto criado pela superação coletiva dos problemas comuns, desses laços tecidos
pela história vivida.
O vi tomando cerveja enquanto se preparava para outra ida no
mundo. Contava histórias como quem quer lembrar o que não pode esquecer para
viver o futuro sem medo. Foi e prometeu voltar pelas terras do mar, um dia,
quem sabe!
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