Era o tempo o alicerce da alma, que cambaleava nos fatos, se
equilibrando, enquanto esperava que os acontecimentos superassem a emoção momentânea
se condensando em conhecimento.
Ela sentava na janela da vida durante esses dias para ver: a
banda passar, o cachorro latir, os fogos estourarem, o time perder ou vencer...
tudo acontecia, ali, bem diante dos seus olhos e diante da confusão de tantas
emoções e transformações no mundo de fora e de dentro, ela se recolhia e
confiava que tudo seria bem melhor e que na pior das circunstâncias, naquele
caso de tudo dar errado, pelo menos sairia um pouco mais sabida do meio disso
tudo.
E naqueles dias leves em que nem chovia, nem fazia sol, ela
se rendia a tranquilidade de estar suspensa no ar, pendurada no fio da
incerteza, e, mesmo com isso não doer.
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