quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Suave fio da incerteza


Era o tempo o alicerce da alma, que cambaleava nos fatos, se equilibrando, enquanto esperava que os acontecimentos superassem a emoção momentânea se condensando em conhecimento.

Ela sentava na janela da vida durante esses dias para ver: a banda passar, o cachorro latir, os fogos estourarem, o time perder ou vencer... tudo acontecia, ali, bem diante dos seus olhos e diante da confusão de tantas emoções e transformações no mundo de fora e de dentro, ela se recolhia e confiava que tudo seria bem melhor e que na pior das circunstâncias, naquele caso de tudo dar errado, pelo menos sairia um pouco mais sabida do meio disso tudo.

E naqueles dias leves em que nem chovia, nem fazia sol, ela se rendia a tranquilidade de estar suspensa no ar, pendurada no fio da incerteza, e, mesmo com isso não doer. 

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