Eis que Maria das Dores andava pelas ruas com um vago em si que nada poderia explicar. De repente era como se algo que nunca teve começasse a lhe faltar e era de uma falta doída de partir ao meio o coração. Ela que nunca foi dada a lamentações, andava pelos cantos, chorosa e suspirando e nada que lhe era apresentado era capaz de consolar tamanha dor. Havia perdido algo? Mas como perder o que não houvesse em algum momento, por mais fugaz que fosse esse, tido? Se perguntava, refletia e não chegava a conclusão nenhuma. Tentou terapia e nada lhe apontava nenhum caminho por mais torto que fosse.
Buscou padre, umbandista, espírita, xamã, budistas e nada. Meditou, correu, pintou, escreveu e nadica de nada. Fez compras, viajou, foi ao cinema, leu livros e em um ano sentia-se como se além da perda anterior (que não reconhecia mesmo) houvesse perdido trezentos e sessenta e cinco dias. Maria estava a beira de um colapso, trilhando o desespero rumo a única fatalidade que se apresentara a ela como alternativa efetiva (o suicídio).
Quando sentou em um banco e olhou o mar e olhando o mar se sentiu mar também, e se sentiu de repente horizonte e céu, e sentiu como se fosse terra e parenta próxima de tudo que é vivo e aí conseguiu olhar para o lado e ver Joana, olhar no fundo dos seus olhos absurdamente brilhantes e profundos e um sorriso seguiu outro, e uma palavra outra, e depois o abraço, a pele na pele, e logo ela, que nunca havia transado sequer no primeiro encontro achou na pele de outra mulher um prazer que nunca havia sentido. Maria sentiu-se de si mesma e nunca mais nada lhe faltou.
Buscou padre, umbandista, espírita, xamã, budistas e nada. Meditou, correu, pintou, escreveu e nadica de nada. Fez compras, viajou, foi ao cinema, leu livros e em um ano sentia-se como se além da perda anterior (que não reconhecia mesmo) houvesse perdido trezentos e sessenta e cinco dias. Maria estava a beira de um colapso, trilhando o desespero rumo a única fatalidade que se apresentara a ela como alternativa efetiva (o suicídio).
Quando sentou em um banco e olhou o mar e olhando o mar se sentiu mar também, e se sentiu de repente horizonte e céu, e sentiu como se fosse terra e parenta próxima de tudo que é vivo e aí conseguiu olhar para o lado e ver Joana, olhar no fundo dos seus olhos absurdamente brilhantes e profundos e um sorriso seguiu outro, e uma palavra outra, e depois o abraço, a pele na pele, e logo ela, que nunca havia transado sequer no primeiro encontro achou na pele de outra mulher um prazer que nunca havia sentido. Maria sentiu-se de si mesma e nunca mais nada lhe faltou.
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