domingo, 5 de junho de 2011

Domingo

O domingo escorregou entre os dedos. A nova semana pressagia tantas coisas que não há massa encefálica capaz de suportar. Entre idéias, teorias, atitudes e obrigações o medo me espreita ao surgir da noite. O tempo que inexiste no concreto nunca foi tão concreto, sobretudo em sua falta. Eis me aqui silenciosa, taciturna e telepática, olhando para esse mundo avesso que me engole e com desejos intraduzíveis de afastar-me para uma selva distante onde só eu e o meu absoluto silêncio reinassem imperiosos. Eu inimiga minha fiz da agenda uma cela e a chave escondi em uma gaveta que não encontro. Eis me, eu e minhas duvidas, eu e meus paralelos, eu e minha constante fome. O domingo que se vai deixa a esperança, que volte e seja sublime, que venha e se vá leve como um orgasmo, que sem obrigação transcende e se repete.

Um comentário:

  1. Me sinto assim também, mas não saberia descrever com tanta beleza e profundidade estes sentimentos

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