segunda-feira, 2 de maio de 2011

Somos produzidos pelo meio ou o produzimos?



 Perguntas que ensurdecem meu ego auto-mutilador e mentiroso. Se por um lado acreditamos que a “Santa Razão” que está nas mentes pode ser o conduto para a utopia de um mundo justo, temos que encarar que esta mesma dita razão é por muitas vezes subordinada ao nosso construto cultural que por horas de traveste de intelecto. A subjetividade se fantasiando de objetividade, enquanto isso a racionalidade e concretude tiram onda com nossas mentes que iludidas acreditam-se desprendidas de preconceitos.

Nós, que com nossos sistemas teóricos produzimos a verdade por mais que não seja tão verdadeira e dogmatizamos o saber, somos tão  ditadores quanto muitos fundamentalistas religiosos e políticos.

Abrir-se para o saber é saber que o saber não se encerra. O novo aparece e dá vazão ao repensar das idéias. É o constante desconstruir e construir conhecimentos.

A razão de transformação do mundo tem que entender que para mudar-mundo os sujeitos têm que ter força e empoderamento de pensar por si sós. Submeter ao crivo de sua consciência as ações e sistemas de pensamento e não apenas virar papagaio de pirata repetindo discursos de justiça e injustiça sem ao menos entender que as coisas se complexibilizam a todo o momento e lutar contra a injustiça passa por entender que a injustiça também muda e que a justiça de ontem pode ser a injustiça de hoje.

 Mudar- mundo é, sobretudo não se desprender da auto-critica e flexibilizar os atrofiados músculos da mente.

2 comentários:

  1. Dogmatizar nosso pretensioso "saber" e "conhecimento" é sucumbir-se na razão arrogante, é impossibilitar as construções coletivas!

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  2. Luanna, a Razão citada no seu caso seria a racionalização e não razão real, razão real conhece seus limites. O empedramento do conhecimento como se nos não seguíssemos o curso histórico do mundo que muda e nos perdêssemos em um ponto do passado sem conseguir mais sair deste ponto além de nos cegar nos isola do mundo impedindo a interlocução com outros sujeitos-saberes e fazendo com que queiramos impor um modelo de sociedade mais que construí-lo coletivamente.

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