A força dos fatos não imputava valor algum nos seus
resultados! Todo o mundo e os acontecimentos que o cercava e, por conseguinte, influíam
na mente, não implicavam uma ruptura com o indesejável. Antes disso, parecia
que o indesejável se remodelava, trocava de roupas e se reapresentava no palco
giratório da vida, ludibriando os sentidos, e nós, assistíamos extasiados como
se isso fosse à novidade. Parávamos para observar os acessórios como se estes
fossem o centro da mudança e só depois de muitos olhares, o que parecia mais
imbecil de todos nós, descobria o cerne da contradição: isto era aquilo! Essa constatação
nos enchia de revolta e desesperanças, ao ponto de acharmos que tudo era sempre
a mesma coisa, as mesmas obsessões malditas que submergiam e nos afetavam de
diferentes formas ao infinito. Mas aí também havia o engano, pois no centro de
nós mesmos, havia algo inrevelado e profundo que era a possibilidade primeira
de transformação, tendo que para isso antes, ser descoberto e coletivizado,
tratado como individual coletivo, que sendo de cada um é também de todos. Tínhamos
que aprender a ser em conjunto! Mas, ser em conjunto exigia certas cessões,
certas abdicações, para nivelamento das vontades contraditórias, e isso doía e
por doer nos afastávamos da autotransformação a secudarizando, e, colocando o
outro como centro de mudança, inviabilizamos a revolução.
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