Erguia os olhos na névoa dos
fatos e era impelida pelo medo a fugir, ao tempo que as circunstancias lhe
obrigavam a agir. Parecia, em um momento (e não só parecia como de fato era
assim mesmo), que nenhuma escolha seria isenta da dor, e que a resolução de um
problema implicava imediatamente na criação de outro, como quem se medica, tem
efeito colateral e precisa de outra medicação de remedei o efeito causado pela
primeira!
De qualquer modo, toda a sua
liberdade não lhe dava a escolha de não escolher, apenas de decidir em que
situação difícil se enredar.
Nesses momentos em que pulsava a
vida e a humanidade em cada centímetro do corpo, a mente queria se encolher,
mas sabia desde sempre que se encolher era a pior escolha possível. A única forma
de ser melhor era decidir por qualquer merda que fosse, e armada de si mesmo
encarar todas as consequências recolhendo daí o máximo de aprendizado possível.
Acendeu um cigarro, mordeu os
lábios e foi, sem certeza nem duvida, foi apenas para o caminho que por um ou
outro motivo, por uma ou outra miopia, lhe pareceu mais coerente. Foi sentindo
nas costas, nos poros e nas ideias (sobretudo nessas) o imenso peso de ser
gente! Como dói tanta humanidade!
Nenhum comentário:
Postar um comentário