Conheci uma mulher que não enxergava mas que via tudo tão
bem que chegava a me constranger quando se dirigia pra mim, como se sua leitura
de mim chegasse até o fundo da alma. Ela me falou em breves minutos nos quais esperávamos
o ônibus da sua vida de tirar som da flauta pra fazer sarar suas dores. E haja
notas para tantas dores que se deitam no cotidiano querendo se fazer culpas. As
culpas dela, nem dela deveriam ser, nem culpas deveriam ser! Deviam antes ser
um tipo de melodia chorosa que ameniza a sangria do peito, dessas que faz
lembrar a tristeza só para lembrar da esperança. Quando ela foi, deixou muito
mais em mim do que muitas e prolongadas relações. Isso tudo em cinco minutos.
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