Manhã de sexta feira. Ela ainda não conseguira conciliar o
fato e o afeto, mas ao menos aprendera a fingir o que mediante toda a exposição
dos últimos meses era de extrema importância.
Fora isso, as expectativas de dias melhores começavam a
ascender no peito como chama ainda miúda, mas com grandes possibilidades de
virar um fogaréu que destruiria tudo que fosse dor.
Tudo soava como se fosse esperança: o livro que leria, as
novas aulas de dança, os amigos que conhecera no dia anterior, a viagem que
estava planejando, a limpeza que faria em seu apartamento. A esperança do novo
inundava a sua alma dando a idéia de tudo que queria já estava em alguma medida
impregnado a sua existência.
De repente o barulho de dentro transcendeu o movimento
externo e ela latente e agonizante despertou para mais uma sexta feira
ascendendo um cigarro e masturbando-se com a mente fértil apenas para o prazer.
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