quinta-feira, 3 de março de 2011

O cara e a louca

Os olhos da louca
Miram o cara
O cara mira nada
Mas a louca o mira
No estardalhaço do seu sentido
A louca sente o cara
Sabe dele o seu medo
Sabe dele a sua mascara
Que fingi mascarar sua loucura
Mas olhando o cara
A louca como se olhasse ao espelho
 nos seus olhos
Sua loucura escondida
A louca da pena no cara
O cara da pena na louca
Ele comprimido, oprimido
Ela expansiva e caótica é feliz
Ela conversa com as gentes e com o sol
Ele não conversa com ninguém
Ela cuida dos passarinhos e dos ETs
que moram no seu quintal
Ele cuida de números
e não tem vida alguma pra cuidar
Ela em dias de chuva
Rola na lama
Ele de tantas regras
Se esconde em grades
A louca olha para o cara
E desvenda
- sua loucura é passarinho que ele quebrou a asa
E decide:
- cuidar da asa do passarinho
Para que o cara também possa voar

Nenhum comentário:

Postar um comentário